Emoções: O que as terapias cognitivas nos ensinam
As emoções são respostas rápidas e complexas que surgiram para aumentar nossas chances de sobrevivência. Nossos ancestrais dependiam dessas reações para enfrentar perigos, buscar alimento, proteger seus grupos e manter vínculos sociais. Por exemplo, o medo nos ajudou a fugir de predadores, a raiva nos deu força para enfrentar ameaças e a alegria reforçou laços sociais importantes para a cooperação. Pesquisas como as de Paul Ekman e Lisa Feldman Barrett mostram que as emoções têm bases biológicas profundas, mas também são moldadas por cultura e aprendizado.
Emoções adaptativas e desadaptativas
Nenhuma emoção é ruim ou boa, tudo dependerá de como lidamos com ela. Nas terapias cognitivas, as emoções são vistas como informações valiosas sobre o que é importante para nós. Elas são adaptativas quando nos ajudam a agir de forma funcional: por exemplo, sentir ansiedade moderada antes de uma prova pode levar a uma preparação melhor. Porém, podem se tornar desadaptativas quando são intensas, frequentes ou inadequadas ao contexto, como um medo exagerado que impede alguém de sair de casa. Nesses casos, as emoções, em vez de proteger, limitam a vida.
O caminho está no equilíbrio
Se dar bem com as emoções não significa evitá-las ou controlá-las o tempo todo, mas aprender a reconhecê-las, compreendê-las e responder de forma saudável. Esse processo envolve três pilares principais: consciência emocional, aceitação e regulação.
Consciência emocional: o primeiro passo é aprender a nomear o que sentimos. Manter um diário emocional ou usar aplicativos de monitoramento pode ajudar a identificar padrões e gatilhos.
Aceitação: aceitar não é resignar-se; é reconhecer que a emoção existe sem precisar lutar contra ela. Isso diminui o sofrimento e permite que a emoção siga seu curso natural.
Regulação saudável: uma vez reconhecida e aceita, a emoção pode ser regulada. As estratégias incluem:
Psicoeducação: entender que toda emoção tem uma função ajuda a reduzir a culpa por senti-la.
Atenção plena (mindfulness): treinar a observação sem julgamento diminui a reatividade emocional.
Reestruturação cognitiva: questionar pensamentos automáticos que intensificam emoções negativas.
Exposição gradual: enfrentar medos de forma planejada reduz sua força.
Técnicas corporais: respiração profunda, alongamentos, atividade física e relaxamento muscular ajudam a acalmar o corpo e a mente.
Autoacolhimento e autocompaixão: falar consigo mesmo de forma gentil e cuidadosa fortalece a resiliência emocional.
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